SOS CANGUARETAMA

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quarta-feira, 23 de julho de 2014

MORRE ARIANO SUASSUNA

Momento único em Canguaretama - 09/02/2011
Ariano Suassuna morre aos 87 anos em Recife
O escritor Ariano Suassuna morreu no fim da tarde desta quarta-feira (23) em Recife. Em estava em coma após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e passar por uma cirurgia de emergência. De acordo com o Diário de Pernambuco, o protocolo para confirmar a morte cerebral de Ariano foi aberto durante a manhã e a morte foi confirmada pela equipe médica às 17h40.
Suassuna passou mal em casa, na noite de segunda-feira (21), e foi levado ao hospital por volta das 20h, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) do tipo hemorrágico. Às 23h, terminou a cirurgia de emergência para a colocação de dois drenos, com o objetivo de controlar a pressão intracraniana provocada pelo AVC. Desde então, o escritor estava internado na UTI Neurológica, sem previsão de alta.

No ano passado, o escritor sofreu um infarto, e dois dias depois de receber alta, deu entrada novamente no hospital por causa de um aneurisma cerebral.
Na última sexta-feira (18), Ariano Suassuna participou de uma aula-espetáculo, no Festival de Inverno de Garanhuns, no agreste pernambucano. Ele estava confirmado para participar de uma mesa sobre o romance no contexto contemporâneo na 5ª edição do Festival Literário da Pipa (Flipipa) que acontece entre 7 e 9 de agosto.

Vida
Ariano Vilar Suassuna nasceu em 16 de junho de 1927 na cidade de Nossa Senhora das Neves, atual João Pessoa, e se tornou imortal da Academia Brasileira de Letras em 1990. O escritor chegou a exercer a profissão de advogado durante alguns anos, antes de render à paixão por escrever e retratar o Sertão e o Nordeste brasileiro.
A influência parterna teve papel fundamental na formação de Ariano Suassuna. O próprio escritor afirmava que fora através da biblioteca de João Suassuna que tomou o gosto pela leitura, com acesso às obras de Júlio Ribeiro, Eça de Queiroz, Aluízio Azevedo, Machado de Assis e, além deles, Leonardo Mota, a quem se referia como "o Câmara Cascudo do Ceará". Um dos maiores sucessos de Ariano Suassuna, O Auto da Compadecida, foi escrito com base em três folhetos de cordel de Mota. Sua primeira peça, no entanto, foi “Uma Mulher Vestida de Sol”, escrita em 1947, quando cursava Direito em Pernambuco.

Suassuna se formou em 1950 e chegou a exercer a profissão de advogado durante seis anos, tempo onde também escreveu peças como Torturas de um Coração (1951), o Castigo da Soberba (1953), O Rico Avarento (1954) e o Auto da Compadecida (1955), peça que o projetou em todo o país.
Em 1959, em companhia de Hermilo Borba Filho, fundou o Teatro Popular do Nordeste, que montou em seguida a “Farsa da Boa Preguiça” e “A Caseira e a Catarina”. Porém, no início dos anos 60, interrompeu a carreira de dramaturgo para se dedicar às aulas de Estética na Universidade Federal de Pernambuco, onde era professor desde 1956. Aos poucos, voltou a conciliar os trabalhos e permaneceu na UFPE até até 1994, quando se aposentou.
Entre as principais obras da carreira de Ariano Suassuna estão “O Santo e a Porca”, “O Auto da Compadecida”, “O Castigo da Soberba”, “Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta" e "História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça Caetana".

Ligação com o RN
Ariano Suassuna tinha uma forte ligação com o Rio Grande do Norte. Admirador da obra de Câmara Cascudo e dos versos de Fabião das Queimadas, o dramaturgo já conhecia o Rio Grande do Norte desde a infância. O avô paterno, Alexandrino Suassuna, era natural de Martins, no Alto Oeste potiguar, e a mãe tinha parentes em Carnaúba dos Dantas. 

No Rio Grande do Norte, Ariano Suassuna recebeu da UFRN o título de Doutor Honoris Causa em 2000, além dos títulos de Cidadão Norte-Riograndense (2008) na Assembleia Legislativa e Cidadão Natalense (2007), na Câmara Municipal do Natal. Ao receber dos vereadores, inclusive, falou sobre o carinho que tem por Natal.
"Foi em Natal onde avistei pela primeira vez o zeppelin. Natal para mim é como Recife. Recife é a porta azul e verde do mar e castanha e vermelha do sertão. Este título é a oficialização do carinho com que sou tratado quando venho a esta cidade", afirmou, em 2007.
Ao receber o título em Natal, Ariano Suassuna lembrou, emocionado, da amizade com o escritor potiguar Oswaldo Lamartine, morto poucos meses antes de Suassuna receber o título na Câmara Municipal. “Quando fomos perseguidos, fui abrigado pelas famílias do governador Juvenal Lamartine e do desembargador Silvino Bezerra. Quero concluir agradecendo o titulo de cidadão natalense na pessoa de alguém que sei que está aqui: Oswaldo Lamartine", disse.

Fonte: Tribuna do Norte

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